Conheça frutíferas nativas das cinco regiões do País e enriqueça seu pomar

SUL
FEIJOA (Acca sellowiana)
O nome pode até ser parecido, mas essa fruta não tem relação com o feijão (Phaseolus vulgaris). Também conhecida como goiaba-serrana, tem polpa branca e é rica em vitamina C, fósforo, magnésio e potássio. Adapta-se bem em regiões temperadas e subtropicais, mas necessita de alguns dias frios para se desenvolver plenamente. No entanto, temperaturas abaixo de -9ºC podem prejudicá-la. Uma curiosidade: a casca verde pode ser usa-da como esfoliante.
CEREJA-DO-RIO-GRANDE (Eugenia involucrata)
Encontrada com facilidade no Rio Grande do Sul, tem formato diferente das cerejas tradicionais, com corpo mais alongado. O cultivo deve ser feito sob sol pleno ou meia-sombra em solo fértil e rico em matéria orgânica. A frutificação costuma ocorrer após quatro anos do plantio. Vale lembrar que a queda dos frutos pode manchar calçadas e carros, por isso evite regiões de movimento.
GUABIJU (Myrcianthes pungeng)
Popularmente indicada para combater problemas intestinais, apre-senta frutos globosos com cerca de 2 cm de diâmetro, casca roxo-avermelhada e com uma ou duas sementes. O desenvolvimento é lento e acontece dez anos após o plantio, sempre de janeiro a fevereiro. Saborosos, são muito apreciados por pássaros e abelhas.

SUDESTE
GOIABA (Psidium guajava)
A maior parte dos pomares fica no estado de São Paulo, mas o cultivo pode ser adaptado para as outras regiões brasileiras, já que gosta de clima quente. Os frutos apresentam casca verde ou amarela com diâmetro médio de 8 cm. Rica em vitamina C, tem colheita realizada ente os meses de janeiro a abril. Pode ser consumida in natura, mas é muito comum aproveitar a fruta para fazer geleias, compotas, sucos, sorvetes e doces.
CAMBUCI (Campomanesia phaea)
Nativo da Mata Atlântica, deu origem ao nome de um bairro na capital paulista e de um município no Rio de Janeiro. Os frutos possuem base achatada e polpa doce acidulada, sendo muito apreciados por pássaros.São consumidos principalmente na forma de sucos e licores. Infelizmente, está em risco de extinção devido ao uso da madeira para fabricação de cabos, ferramentas e instrumentos agrícolas.
PITANGA (Eugenia uniflora)
Também é originária da Mata Atlântica e as árvores apresentam porte de até 12 m de altura. Bastante cultivada em pomares domésticos, necessita de sol pleno e solo úmido. Pode ser plantada em áreas litorâneas, mas é preciso evitar ventos fortes pois prejudicam o desenvolvimento das flores, diminuindo consequentemente a frutificação, que ocorre até o final do Verão. Possui polpa doce e casca vermelha.

NORDESTE
CAJU (Anacardium occidentale)
Bastante conhecido pela castanha, servida como aperitivo, tem 95%dos pomares brasileiros localizados no Nordeste, principalmente nos esta-dos do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia. Há um motivo claro para tanta popularidade: é uma frutífera que requer calor – a temperatura deve ficar em torno de 27ºC – para se desenvolver e não tolera frio e geadas. Os frutos começam a aparecer cerca de três anos após o plantio e são ricos em vitaminas C e ferro.
COCO-DA-BAHIA (Cocos nucifera)
Apesar de ser amplamente consumido no litoral brasileiro em forma de bebida refrescante, o coco-verde teve sua origem no sudeste da Ásia. No entanto, alguns relatos apontam que o coco-da-bahia é nativo do nordeste da América do Sul. A principal diferença entre os dois é que o segundo fruto tem casca fibrosa. O cultivo deve ser feito em solo alcalino, úmido, fértil, profundo e bem drenado e em áreas sem ventos frios e geadas.
CAJÁ (Spondias mombin)
Com grande quantidade de vitamina C, é consumida naturalmente ou na forma de sucos, sorvetes e doces. Aprecia clima quente e úmido, com temperatura média de 25ºC. O solo mais indicado é profundo e bem drenado. A colheita varia de acordo com a região e ocorre entre maio e junho, na Paraíba; de fevereiro a maio, na Bahia; de agosto a dezembro no Pará e de janeiro a maio no Ceará.
NORTE
AÇAÍ (Euterpe oleracea)
Palmeira nativa da região amazônica, espalhou-se por todo o território nacional e atualmente é difícil conhecer quem nunca tenha experimentado a bebida refrescante feita com o fruto. O cultivo deve ser feito preferencialmente em áreas quentes e úmidas com temperatura em torno de 22ºC. Adapta-se bem em solos pobres e ácidos com pH entre 3,6 e 4,5.
TUCUMÃ (Astrocaryum aculeatum)
Um dos sabores mais populares de Manaus, AM, o fruto é vendido como recheio de sanduíches. Rico em vitamina A, tem a polpa aproveitada em forma de óleos e o caroço é utilizado na fabricação de brincos e colares. As técnicas de cultivo são semelhantes às do açaí e também é pouco exigente em relação ao solo. Vale lembrar que a palmeira solitária que produz a frutificação pode alcançar 20 m de altura, por isso o plantio deve ser feito em uma área ampla.
CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum)
Também é típico da região amazônica e o fruto tem bastante aceitação comercial. Aprecia áreas sombreadas e temperaturas médias de 22ºC, com pluviosidade acima de 1.500 mm e umidade relativa do ar em 75%. Os solos mais indicados são areio-argilosos, profundos e bem drenados. As variedades mais conhecidas são cupuaçu-redondo, cupuaçu-majorana e cupuaçu-mamou.

CENTRO-OESTE
PEQUI (Caryocar brasiliense)É uma das frutas mais populares do Cerrado brasileiro e bastante utilizada na culinária regional. Recomenda-se que o plantio seja feito no início da estação chuvosa em áreas de clima quente. A frutificação acontece de setembro a fevereiro e estima-se que cada árvore seja capaz de produzir 6 mil frutos por ano. Mantenha a raiz longe de crianças e animais pois é tóxica.
MAMA-CADELA (Brosimum gaudichaudii)
Encontrada em forma de arbusto ou árvore, é bastante indicada para combater manchas na pele e gripes e resfriados. Cultivada a pleno sol, apresenta frutos com coloração alaranjada de até 3 cm de diâmetro. Acolheita acontece de julho a dezembro e o consumo pode ser feito naturalmente ou em forma de sorvetes e doces. Pássaros também são atraídos pelo sabor adocicado.
SERIGUELA (Spondias purpurea)
Frutífera de médio porte, aprecia solos fracos com pouca pluviosidade.A melhor época para plantio é entre o início dos meses de outubro e novembro. Colhidos em dezembro e janeiro, os frutos são amarelados ou avermelhados com até 5 cm de comprimento. Confundidos com o cajá, apresentam sabor mais adocicado, sendo aproveitados em sucos, doces e sorvetes. São ricos em carboidratos, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas A, B e C.
Post retirado da edição 152 da revista PAISAGISMO & JARDINAGEM, quer conhecer mais?